sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Viagens que não tem volta

Essa semana foram noticiados dois casos de pessoas que fizeram a viagem dos seus sonhos, mas não sobreviveram para contar: a menina que morreu durante o vôo que a trazia de volta ao Brasil, depois de alguns dias na Disney , e o jovem economista que não conseguiu descer com vida da montanha que havia subido na Africa.
Se viajar é preciso, sempre, voltar da viagem é o que dá sentido a ela. Voltar para casa, para a familia, para os amigos, cheios de novidades na mala , nos olhos e na alma. Poder contar tudo o que viu, tudo o que sentiu, tudo o que aprendeu. Muitas vezes durante uma viagem eu me imaginava contando para os amigos o que eu estava vivendo naquele momento. É uma sensação incrivel: você está longe, conhecendo novas pessoas, novas culturas, mas sempre pensando oque vai levar de tudo aquilo quando voltar para o seu lugar no mundo, e para os seus.
Lembro de dois filmes que me ajudam a entender essa necessidade de transmitir a alguem nossas experiencias.
O primeiro é Blade Runner ( por sinal comprei o livro que originou o filme, cujo nome é bem esquisito: " SUENAN LOS ANDROIDES CON OVEJAS ELECTRICAS ?") em sua cena final, quando o androide Roy diz que tudo o que ele viu durante sua vida será esquecido após sua morte, como lágrimas na chuva. Triste não?
O segundo filme é Apolo 13. Os astronautas recebem a noticia de que um defeito na espaçonave lhes impede de pousar na Lua e voltar em segurança para casa. Então eles tem de escolher entre conhecer a Lua mas não voltar para contar, ou voltar e contar outras experiencias, a da viagem, do problema técnico, enfim, qualquer coisa. Optam por voltar.
No caso desses dois jovens mortos, suas lembranças de viagem ficaram registradas em suas cameras fotograficas, eternizadas. Mas as pessoas que os amavam e os esperavam gostariam de ter ouvido suas narrações, com emoção em suas vozes.

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