segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Arcos - MG

Este final de semana estive com meu marido em um casamento na cidade de Arcos, Minas, que fica a uns 490 km de São Paulo.
Saimos daqui no sabado às 11:30hs e chegamos lá as 17:30, depois de uma breve parada para almoço em um restaurante chamado O Rei da Traira. Lugar agradável, atendimento simpático e...sem cardápio. Prato único: traira frita, arroz, salada e pirão....de traira...
Já em Arcos, o hotel estava dentro do esperado ( e do preço!): quarto limpo, cama macia, chuveiro morno, uma janela sem cortina e sem bela vista, e um galo cantando às 2 da madrugada, hora que voltamos do casamento. O quase problema ficou por conta do café da manhã: acordamos tarde e , embora o cardápio fosse bem variado, a única copeira não dava conta de repor todos os itens. Mas enfim, estávamos em Minas, então, o melhor é fazer como os mineiros e não ter pressa.
Falando do casamento: que festa! Muita comida (tinha até pão de queijo uai!), bebida, música ao vivo, o tradicional video com o histórico do casal e tudo o mais. A lembracinha era um porta retrato com uma foto nossa, tirada na entrada. Um mimo.
No dia seguinte assistimos a vitória do Rubinho na F1 (primeira em 5 anos) e voltamos felizes para São Paulo. Não deu para conhecer muito da cidade, mas, paciencia.
Almoçamos no Graal na Fernão Dias, todo decorado com fotos das cidades históricas de Minas. Quero reve-las ainda no próximo ano, se Deus quiser.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A viagem da adolescencia para a vida Adulta

Rosely Sayão - Folha de S.Paulo 13/08/09

Para saber quem quer ser, o adolescente precisa saber quem são seus pais. Para chegar a um local desconhecido é preciso estar bem localizado, saber onde está e de onde veio, não é?(...) O problema é que esse conhecimento tem sido complicado porque muitos pais não dão rumo aos filhos."Você escolhe, você é quem sabe, você decide" são expressões que os pais dizem com frequência a filhos pequenos acreditando que, com isso, lhes dão autonomia.
Não. Desse modo, negam aos filhos o conhecimento de quem são e de onde estão e a própria condição de criança. "Sou praticamente um adulto", ouvi um garoto de nove anos dizer.
Para tornar-se adulto, o adolescente precisa passar por sua crise dentro da família para conseguir se organizar fora dela.
Por isso, os pais precisam "segurar a onda", apoiá-lo e se fazer presentes não fisicamente sempre que o filho precisar.A família precisa ser continente para o filho em crise, mas muitos pais estão "caindo fora", como dizem os jovens.Ser impotente para se relacionar com o filho adolescente parece uma epidemia e isso só agrega dificuldade à já difícil tarefa deles -como reclamou a garota citada-, que só colabora para o adiamento da aquisição de uma identidade.
Um adolescente não pode ser como uma criança, assim como um adulto não pode ser como um adolescente. Precisamos encontrar soluções para esse duplo problema.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

AO RITMO DO CORAÇÃO - Por Ruy Castro
Em 1986, um sociólogo italiano, Carlo Petrini, liderou um protesto contra a instalação de um McDonald's na Piazza di Spagna, em Roma. Os manifestantes brandiam pratos de penne para demonstrar sua aversão à fast food: os cheeseburgers que as pessoas devoram às pressas, de pé, num balcão, babando ketchup e sem consideração pelo próprio estômago.O McDonald's venceu, mas, daquele ato, nasceu um movimento pela slow food -para conscientizar as pessoas a que valorizassem suas refeições, comendo produtos mais frescos, se possível regionais, e recuperassem a noção de convívio em torno de um prato de comida. Aos poucos, o movimento espalhou-se pela Europa, infiltrou-se no próprio QG do inimigo, os EUA, e até chegou, timidamente, ao Brasil.Mas o importante é que o princípio da slow food não precisa limitar-se à comida. A cantora Joyce inspirou-se em Petrini e adaptou esse princípio à música, em seu novo e belo disco, "Slow Music", cheio de clássicos antigos e modernos, que não tocará no rádio. "[Este é] um álbum feito de silêncios e pausas", diz ela no encarte. "A pausa é um momento importante da música. Sem silêncio, não existe som. Sem o claro-escuro, não se veem todas as nuances da cor."Muitos fatores contribuíram para o ritmo avassalador tomado pela música popular nas últimas décadas -um ritmo que não condiz com o batimento cardíaco e que, para ser tolerado, exige o uso de substâncias que acelerem tal batimento. Um deles é a nossa omissão. Deixamo-nos vergar pela tecnologia sonora, pela mídia e por essa exótica categoria "artística": os DJs.Fast food é junk food, como se sabe, e há uma relação óbvia entre junk food e junk music: se as pessoas comessem a música que a mídia lhes serve para ouvir, já estariam mortas há muito tempo.
Texto publicado no Jornal Folha de S.Paulo em 12/08/09

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Amigos que moram longe...

Hoje li o blog de uma amiga que está morando já há dois anos em Fortaleza. Ela conta a dificuldade de se adaptar a nova vida em uma cidade que não seja a sua de origem, no caso, nossa boa e velha S.Paulo.
Tenho amigos morando em Imperatriz-MA, em S.José dos Campos-SP, Araçatuba-SP, e acredito que a mudança de uma cidade para outra sempre é um processo longo a ser digerido. S.Paulo tem aquele ritmo alucinante, sempre cheia de gente em todo lugar que você vá, sempre barulhenta, sempre com trânsito carregado. Mas ainda assim, é a "minha cidade", dá para entender? E a zona norte de Sampa é o meu lugar no mundo, ou como diria Gabriel G.Marques, na loteria da vida S.Paulo é o lugar que me foi destinado.
Claro que nas horas de maior stress pensamos em nos mudar para um cidade mais tranquila, mas não dá para levar junto conosco todos os que amamos. O ideal seria encontrar a paz que queremos no nosso próprio bairro. Mas está cada vez mais dificil, né?
Então, como não existe solução fácil, o jeito é preparar o espirito para enfrentar as dificuldades que sempre aparecem quanto um sonho ( o de viver em outra cidade) se torna realidade.
Para minha amiga digo o seguinte: o ser humano sempre se adapta a tudo. A vida segue seu ritmo, e nós seguimos com ela, buscando novas alternativas para sermos felizes. "Seja lá na Dinamarca ou aqui".

Filho
Oh meu menino
Será esse o desitino
Viajar em seu navio
Pelos mares, pelos rios
Andar Só
Filho
Oh meu pequeno
Será esse o caminho
Navegar assim sozinho
Sem alguém que nos espere
Nos cais
Toda vida existe pra iluminar
O caminho de outras vidas
Que a gente encontrar
Homem algum será deserto ou ilha
Como não pode o rio negar o mar
Seja lá em qualquer norte ou no sul
Seja lá na Dinamarca ou aqui
Sonho, sonho solidário
Faz crescer o amor diário
Faz amigo em cada rua
Ou bar
Vai Abre as portas do navio
Beba o mar e beba o rio
Viva a vida e viva o tempo
De amar
Filho
Vai tua vida

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Viagens que não tem volta

Essa semana foram noticiados dois casos de pessoas que fizeram a viagem dos seus sonhos, mas não sobreviveram para contar: a menina que morreu durante o vôo que a trazia de volta ao Brasil, depois de alguns dias na Disney , e o jovem economista que não conseguiu descer com vida da montanha que havia subido na Africa.
Se viajar é preciso, sempre, voltar da viagem é o que dá sentido a ela. Voltar para casa, para a familia, para os amigos, cheios de novidades na mala , nos olhos e na alma. Poder contar tudo o que viu, tudo o que sentiu, tudo o que aprendeu. Muitas vezes durante uma viagem eu me imaginava contando para os amigos o que eu estava vivendo naquele momento. É uma sensação incrivel: você está longe, conhecendo novas pessoas, novas culturas, mas sempre pensando oque vai levar de tudo aquilo quando voltar para o seu lugar no mundo, e para os seus.
Lembro de dois filmes que me ajudam a entender essa necessidade de transmitir a alguem nossas experiencias.
O primeiro é Blade Runner ( por sinal comprei o livro que originou o filme, cujo nome é bem esquisito: " SUENAN LOS ANDROIDES CON OVEJAS ELECTRICAS ?") em sua cena final, quando o androide Roy diz que tudo o que ele viu durante sua vida será esquecido após sua morte, como lágrimas na chuva. Triste não?
O segundo filme é Apolo 13. Os astronautas recebem a noticia de que um defeito na espaçonave lhes impede de pousar na Lua e voltar em segurança para casa. Então eles tem de escolher entre conhecer a Lua mas não voltar para contar, ou voltar e contar outras experiencias, a da viagem, do problema técnico, enfim, qualquer coisa. Optam por voltar.
No caso desses dois jovens mortos, suas lembranças de viagem ficaram registradas em suas cameras fotograficas, eternizadas. Mas as pessoas que os amavam e os esperavam gostariam de ter ouvido suas narrações, com emoção em suas vozes.